Criando raízes

22 de setembro de 2011





Estou lendo o livro Historias para aquecer o coração, e a primeira historia já me chamou bastante a atenção. Vou postar a historia aqui pra vocês, e logo abaixo farei meu comentário.



Criando raízes / de Philip Gulley 

“Nossa força vem de nossas fraquezas.” 
(Ralph Waldo Emerson) 

Quando eu era pequeno, tinha um velho vizinho chamado Dr. Gibbs. Ele não se parecia com nenhum médico que eu jamais houvesse conhecido. Todas as vezes em que eu o via, ele estava vestido com um macacão de zuarte e um chapéu de palha cuja aba da frente era de plástico verde transparente. Sorria muito, um sorriso que combinava com seu chapéu - velho, amarrotado e bastante gasto. Nunca gritava conosco por brincarmos em seu jardim. Lembro-me dele como alguém muito mais gentil do que as circunstâncias justificariam. 

Quando o Dr. Gibbs não estava salvando vidas, estava plantando árvores. Sua casa localizava-se em um terreno de dez acres, e seu objetivo na vida era transformá-lo em uma floresta. 

O bom doutor possuía algumas teorias interessantes a respeito de jardinagem. Ele era da escola do "sem sofrimento não há crescimento". Nunca regava as novas árvores, o que desafiava abertamente a sabedoria convencional. Uma vez perguntei-lhe por quê. 

Ele disse que molhar as plantas deixava-as mimadas e que, se nós as molhássemos, cada geração sucessiva de árvores cresceria cada vez mais fraca. Portanto, tínhamos que tornar as coisas difíceis para elas e eliminar as árvores fracas logo no início. Ele falou sobre como regar as árvores fazia com que as raízes não se aprofundassem, e como as árvores que não eram regadas tinham que criar raízes mais profundas para procurar umidade. Achei que ele queria dizer que raízes profundas deveriam ser apreciadas. 

Portanto, ele nunca regava suas árvores. Plantava um carvalho e, ao invés de regá-lo todas as manhãs, batia nele com um jornal enrolado. Smack! Slape! Pou! Perguntei-lhe por que fazia isso e ele disse que era para chamar a atenção da árvore. 

O Dr. Gibbs faleceu alguns anos depois. Saí de casa. De vez em quando passo por sua casa e olho para as árvores que o vi plantar há cerca de vinte e cinco anos. Estão fortes como granito agora. Grandes e robustas. Aquelas árvores acordam pela manhã, batem no peito e bebem café sem açúcar.

Plantei algumas árvores há alguns anos. Carreguei água para elas durante um verão inteiro. Borrifei-as. Rezei por elas. Todos os nove metros do meu jardim. Dois anos de mimos resultaram em árvores que querem ser servidas e paparicadas. Sempre que sopra um vento frio, elas tremem e balançam os galhos. Árvores maricas. 

Uma coisa engraçada a respeito das árvores do Dr. Gibbs: a adversidade e a privação pareciam beneficiá-las de um modo que o conforto e a tranqüilidade nunca conseguiriam. 
Todas as noites, antes de ir dormir, dou uma olhada em meus dois filhos. Olho-os de cima e observo seus corpinhos, o sobe e desce da vida dentro deles. Freqüentemente rezo por eles. Rezo principalmente para que tenham vidas fáceis. "Senhor, poupe-os do sofrimento." Mas, ultimamente, venho pensando que é hora de mudar minha oração. 

Essa mudança tem a ver com a inevitabilidade dos ventos gelados que nos atingem em cheio. Sei que meu filhos irão encontrar dificuldades e minha oração para que isto não aconteça é ingênua. Sempre há um vento gelado soprando em algum lugar. 

Portanto, estou mudando minha oração vespertina. Porque a vida é dura, quer o desejemos ou não. Em vez disso, vou rezar para que as raízes de meus filhos sejam profundas, para que eles possam retirar forças das fontes escondidas do Deus Eterno. 

Muitas vezes rezamos por tranqüilidade, mas essa é uma graça difícil de alcançar. O que precisamos fazer é rezar por raízes que alcancem o fundo do Eterno, para que quando as chuvas caiam e os ventos soprem não sejamos varridos em direções diferentes.




Eu fiquei meditando nesse texto, e em como me sinto pequena em relação a mensagem que ele me transmite. Quantas vezes eu tenho sido tão mal acostumada, mimada com o Eterno? As adversidades que vem sobre mim parece que me desestruturam. Fiquei me perguntando como será que minhas raízes estão? Será que estão tão rasas e mal acostumadas que é necessário todos os dias ser regada? Será que não aguento um vento gelado que logo já fico toda sensibilizada?

Não quero ter raízes tão rasas e ser tão mimada. Quero que minhas raízes se aprofundem cade vez mais. E se for necessário me faltar água para que minhas raízes desçam mais profundo em busca de umidade, que seja assim. Se for necessário enfrentar o vento gelado, a terra seca para que eu aprenda a ser forte e resistente e me tornar uma árvore frondosa, capaz de enfrentar qualquer tempestade e ainda se manter de pé, quer assim seja.

Aprendi com essa lição que buscar ser mimada só me fará fraca. Não quero ser fraca. Quero ser forte.

Deus disse a Josué: "Sê forte, e corajoso" (Josué 1:9), e é assim que desejo ser.

Eterno, não quero ser uma serva mimada, que espera que o Senhor me livre da sequidão, dos ventos.. não! Me ajude a aprofundar minhas raízes para que eu fique firme, e vindo o vento eu não venha a ceder. Não quero ser uma árvore fraca, mas forte. Ajuda-me a entender que as dificuldades vem para que eu aprenda a aprofundar ainda mais as minhas raízes. Pois desejo ser como diz a sua Palavra: "Porque será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto." Jeremias 17:8 Que a Tua Palavra esteja sempre em mim!

E você? Será que tem permitido que suas raízes se aprofundem, ou ainda é uma árvore mimada que não suporta as provações? Pense nisso!






Um comentário :

  1. Amiga,

    Maravilhoso esse texto.
    Preciso tb ver como estão as minhas raizes....

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Obrigada pelo Comentário. Responderei assim que possível.
Andressa Bragança