{Solstício de Verão - Janet e Stewart Farrar}

19 de dezembro de 2016








Meio do Verão, 22 de Junho

A significação do Deus-Sol do Sabá do Meio do Verão é, literalmente, tão clara quanto o dia. No Solstício de Verão, ele está em sua forma mais alta e mais brilhante, e seu dia está na sua mais longa extensão. As feiticeiras, naturalmente e corretamente, saúdam-no e honram-no no pico de seu ciclo anual, invocando-o para “pôr para longe os poderes da escuridão” e para trazer fertilidade para a terra. O Meio do Verão é talvez o mais celebrado de todos os Festivais, no sentido de que ele regozija na total efusão da abundância do ano, o apogeu da luz e calor.

Mas o ciclo do Sabá, mesmo nas alturas de sua alegria, sempre leva em conta o que se encontra por trás e à frente. Como os antigos gregos declaravam: “Panta rhei, ouden menei” (1) – “Tudo flui, nada é estático”. A vida é um processo, não um estado; e os Sabás das feiticeiras são essencialmente um meio de se colocar em sintonia com aquele processo.

(1) Heráclito, c.513AC.

Assim no Meio do Verão, o aspecto do ‘processo’ é refletido no outro tema de Deus – aquele do Deus do Carvalho e do Rei do Holly. No Meio do Verão, o Rei do Carvalho, Deus do Ano Crescente, é derrubado pelo Rei do Holly, seu gêmeo, o Deus do Ano Minguante, porque o irradiante pico do verão é também, por sua verdadeira natureza, o início do reinado do Rei do Holly, com sua inexorável progressão rumo ao nadir escuro do meio do inverno, quando ele por sua vez morrerá nas mãos do ressucitado Rei do Carvalho.
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ERRATA : Holly é o nome de uma planta. Assim, deste ponto para trás, onde estiver “Santo
Rei” leia-se “Rei do Holly (a planta)”. N.do T.
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A morte do Rei do Carvalho no meio do verão tem tomado muitas formas na mitologia. Ele foi queimado vivo, ou cegado com uma estaca de mistletoe (um tipo de planta), ou crucificado numa cruz em T; e nos tempos antigos o ator humano representando o Rei do Carvalho era assim sacrificado de verdade. Sua morte era seguida de uma vigília de sete dias. Mas o próprio Rei do Carvalho, como Deus do Ano Crescente, retirou para as estrelas circumpolares, a Corona Borealis, a Caer Arianrhod celta – aquela roda giratória dos céus que os antigos egípcios chamavam ikhem-sek, ‘não-conhecendo-destruição’, porque suas estrelas nunca desapareciam abaixo do horizonte mesmo no meio do inverno. Aqui ele aguardava seu renascimento igualmente inevitável.

Robert Graves sugere que a estória bíblica de Sansão (um herói folclórico do tipo Rei do Carvalho) reflete este padrão; após ser destituído de seus poderes, ele é cegado e enviado para trabalhar em um moinho giratório. (Alguém poderia também sugerir que Dalila, que preside sobre sua queda, representa a Deusa como Morte-em-Vida e que, ao rebaixá-la à vilã, o patriarcalismo hebreu esqueceu ou suprimiu a  equela – de que no devido curso, como Vida-em-Morte, ela seria destinada à presidir sobre sua restauração).

Graves salienta, mais ainda, que “uma vez que na prática medieval São João Batista, que perdeu sua cabeça no Dia de São João” (24 de Junho), “encampou o título e os costumes do Rei do Carvalho, era natural deixar Jesus, como o piedoso sucessor de João, encampar o Rei do Holly . . . ‘Dentre todas as árvores que estão na floresta, a holly porta a coroa’. . . A identificação do pacífico Jesus com o holly ou o holly-carvalho deve ser lamentada como poéticamente inepta, exceto na extensão em que ele declarou que ele viera para trazer não a paz mas a espada”. (A Deusa Branca, págs.180-181).

Qualquer ritual significativo de Sabá de Meio de Verão deve abraçar ambos os temas-de-Deus, pois os solstícios são pontos importantes a respeito deles. Mas e sobre a Deusa? Qual é o seu papel no drama do Meio do Verão?

A Deusa, como temos ressaltado, não é parecida ao Deus no sentido em que ela nunca está sujeita à morte e ressurreição. De fato, ela nunca muda – ela meramente apresenta faces diferentes. No solstício de Inverno ela apresenta seu aspecto Vida-em-Morte; embora seu corpo-Terra pareça frio e estático, ainda assim ela concede o nascimento ao novo Deus-Sol e preside sobre a substituição do Rei do Holly pelo Rei do Carvalho com sua promessa de vida renovada. No solstício de verão ela apresenta o seu aspecto Morte-em-Vida; seu corpo-Terra é exuberantemente fecundo e sensual, saudando sua consorte do Deus-Sol no zênite de seus poderes – ainda assim ela sabe que este é um zênite transitório, e ao mesmo tempo ela preside sobre a morte do Rei do Carvalho e o entronamento de seu gêmeo obscuro (porém necessário, e portanto não malévolo). No Meio do Verão a Deusa dança a sua magnífica Dança da Vida; mas mesmo enquanto ela dança, ela sussurra para nós : “Panta
rhei, ouden menei”.

O Meio do Verão é tanto um festival de fogo quanto um festival de água, sendo o fogo o aspecto-Deus e a água o aspecto-Deusa, tal como o ritual deve esclarecer. O Meio do Verão é também algumas vezes chamado Beltane, porque fogueiras são acesas como ocorre na Véspera de Maio; tem sido sugerido que São Patrício foi amplamente responsável por isto na Irlanda, porque ele trocou a ‘noite da fogueira’ da Irlanda para a Véspera de São João a fim de diminuir a importância das implicações pagãs da Véspera de Maio (2). Ele pode deveras ter trocado a ênfase, mas ele dificilmente poderia ter alterado o nome, porque Bealtaine significa Maio em irlandês; o uso do nome para Meio do Verão pode ter surgido apenas em países de língua não-gaélica (?).

(2) Através da maior parte da Irlanda, a noite para a fogueira comunal do Meio de Verão é 23 de Junho, a véspera do Dia de São João. Porém em alguns lugares ela é tradicionalmente em 28 de Junho, a véspera do Dia de São Pedro e São Paulo, algumas vezes conhecido como ‘Noite da Pequena Fogueira’. Nós não conseguimos encontrar a razão para esta curiosa diferença, mas possivelmente isso teria algo a ver com o antigo calendário Juliano.

Em 1582 o Papa Gregório XIII varreu dez dias para tornar o calendário astronômicamente correto, e é o calendário Gregoriano que o mundo ainda utiliza hoje. (Ele não foi adotado pela Inglaterra, Escócia e Gales até 1752 – em cuja ocasião onze dias tiveram que ser retirados – e foi generalizado na Irlanda por volta de 1782). Mas é notório que em muitas partes da Europa antigos costumes populares que escaparam do encampamento oficial do cristianismo tendem à se fixar no antigo calendário (vide, por exemplo, a página 124 – do original). [A véspera de] São Pedro e São Paulo está mais próxima do Solstício do Meio do Verão do que [a véspera de] São João se a reforma Gregoriana for ignorada. Assim talvez um costume pagão arraigado, que em alguns lugares ignorava aquela reforma, estava lá
meramente apegado ao dia de santo importante mais próximo para torná-lo tão respeitável quanto se pudesse conseguir.

De qualquer forma, o Meio do Verão era um importante festival do fogo através da Europa, e mesmo entre os àrabes e Berbers (membros de certa tribo muçulmana – N.do T.) do norte da África; ela era menor, e teve um desenvolvimento tardio nos países celtas, porque eles não eram originalmente ou naturalmente de orientação solar. Muitos dos costumes sobreviveram nos tempos modernos e muitas vezes envolvem o giro, ou rolamento morro a baixo, de uma roda flamejante como um símbolo solar. Como em Bealtaine e Samhain (deveras, em todo Festival) a própria fogueira tem sido sempre considerada como possuindo grande poder mágico. Nós já mencionamos (em Bealtaine) o costume de saltar a fogueira e conduzir o gado entre estas. As cinzas da fogueira eram também espargidas sobre os campos. Na Irlanda um torrão de terra queimada da fogueira da Véspera de São João era um encantamento de proteção. Em países que cultivam flax (tipo de planta) acreditava-se que a altura alcançada ao se pular a fogueira seria uma previsão da altura que seria alcançada pelo flax em seu crescimento. Os marroquinos esfregavam uma pasta feita com as cinzas em seus cabelos para evitar a calvície. Outro costume propagado através da Europa era o de fortalecer os olhos ao se olhar o fogo através de feixes de larkspur (uma planta) ou outras flores seguras na mão.

O capítulo LXII do Ramo Dourado de Frazer é uma mina de informações sobre as tradições do festival do fogo. Para as feiticeiras modernas, o fogo é uma característica central do Sabá do Meio de Verão tal como é o de Bealtaine. Porém uma vez que o caldeirão (que na Véspera de Maio contém o fogo de Bealtaine) é utilizado no Meio do Verão para a água com a qual a Suma Sacerdotisa asperge o seu coven – e é referido como ‘o caldeirão de Cerridwen’, reafirmando seu simbolismo de Deusa – nós acessamos outra tradição de longa existência ao sugerir fogueiras gêmeas para o rito do Meio do Verão (ou velas gêmeas como seu equivalente caso o festival seja dentro de um recinto). Magicamente, passar entre elas é considerado como o mesmo que passar sobre uma única fogueira e, se voce estiver conduzindo gado através destas como um encantamento para uma boa produção de leite, isso é obviamente mais prático!

Dentre todos os Sabás, o Meio de Verão em climas temperados é aquele [mais adequado] para se realizar ao ar livre caso as instalações e a privacidade o permitirem; para a observância da tradição de se estar vestido de céu, ele e o Lughnasadh podem ser comprovados como sendo únicos. Mas tal como em relação aos outros Sabás, nós descrevemos o nosso ritual como [apropriado] para celebração dentro de recinto – apenas porque a adaptação de um ‘script’de uso interno para uso ao ar livre á mais fácil do que fazer do outro modo.

Em se falando de vestir-se de céu – uma tradição do Meio de Verão pode ser de interesse para qualquer mulher que esteja ansiosa para conceber e que possua um canteiro de vegetais. Ela deve passar pelo meio deste estando despida na Véspera do Meio do Verão e também apanhar um pouco de Erva de São João (?), caso haja disponível. (Caso o seu canteiro de vegetais seja de alguma forma semelhante ao nosso, sapatos poderiam ser considerados como uma variação permissível da nudez!) Esta é uma intrigante imagem reflexo do antigo e difundido rito da fertilidade no qual as mulheres caminhavam nuas em meio aos campos para assegurar uma colheita abundante, muitas vezes enfatizando sua magia simpática (no sentido de sintonizar energias análogas – N.do T.) ao ‘montar’ (um discreto eufemismo) ‘vassouras’ fálicas. (Vide pág.86 a respeito de uma sobrevivência disto
no século XX).

A Preparação

O caldeirão é colocado diretamente em frente ao altar, com um pouco de água dentro dele e decorado com flores. Um ramo de heather é posicionado ao lado deste, pronto para a Suma Sacerdotisa aspergir água com o mesmo. (À parte deste ramo, heather é uma boa planta, simbolicamente, para decorações do Círculo nesta noite; heather vermelha é a flor apaixonada do Meio de Verão, e heather branca representa a influência moderadora – a vontade controlando ou direcionando a paixão).

Duas coroas, uma de folhas de carvalho e uma de folhas de holly, são confeccionadas e posicionadas ao lado do altar. O Sumo Sacerdote (que representa o Deus Sol) também deve ser coroado, mas do início do ritual; sua coroa deve ter coloração dourada, e ele pode adicionar quaisquer outros acessórios ou ornamentos que acentuem o simbolismo solar. A Suma Sacerdotisa e a Donzela podem portar coroas feitas de flores de verão.

As duas velas do altar, em seus suportes, podem ser usadas no momento apropriado como as ‘fogueiras’; ou duas outras velas em suportes podem ser mantidas à disposição. Ao ar livre, naturalmente, duas pequenas fogueiras serão deixadas preparadas para um rápido acendimento – uma à meio caminho entre o centro do Círculo e a vela do Leste, outra à meio caminho entre o centro e a vela do Oeste. (O Círculo ao ar livre será, naturalmente, muito maior, deixando espaço para a dança entre e ao redor das fogueiras).

Um cachecol de cor escura é deixado próximo ao altar, pronto para uso como uma venda. Alguns canudos são deixados sobre o altar – tantos quanto for o número de homens no Sabá, exceto para o Sumo Sacerdote. Um deles é maior do que o resto, e outro mais curto. (Se a Suma Sacerdotiza, por seus próprios motivos, decidir nomear os dois Reis ao invés de sorteá-los, os canudos naturalmente não serão necessários).

O Ritual

Após a Runa das Feiticeiras, a Donzela recolhe os canudos do altar e os segura em sua mão de forma que todas as extremidades se projetem separadamente, mas ninguém pode ver quais são o maior e o menor. 

A Suma Sacerdotisa diz:
“Que os homens façam o sorteio”.
Cada homem (exceto o Sumo Sacerdote) puxa um canudo da mão da Donzela e o mostra para a Suma Sacerdotisa. A Suma Sacerdotisa aponta para o homem que tirou o canudo maior e diz :

“Vós sois o Rei do Carvalho, Deus do Ano Crescente. Donzela, traga sua [dele] coroa!”
A Donzela coloca a coroa de folhas de carvalho na cabeça do Rei do Carvalho.
A Suma Sacerdotiza aponta para o homem que tirou o canudo menor e diz :
“Vós sois o Rei do Holly, Deus do Ano Minguante. Donzela, traga sua [dele] coroa!”
A Donzela coloca a coroa de folhas de holly na cabeça do Rei do Holly.
A Suma Sacerdotisa conduz o Rei do Carvalho para o centro do Círculo, onde ele fica em pé de face para o Oeste. O resto do coven fica em volta dele, olhando para o centro, com exceção da Suma Sacerdotisa e do Sumo Sacerdote, que ficam em pé de costas para o altar em um e outro lado do caldeirão.

A Suma Sacerdotisa diz :
“Com o Deus Sol no ápice de seu poder e majestade o crescimento do ano está completado, e o reino do Rei do Carvalho é finalizado. Com o Deus Sol no ápice de seu esplendor, o declínio do ano começa; o Rei do Holly deve matar seu irmão o Rei do Carvalho, e reger sobre minha terra até o [ponto] mais profundo do inverno, quando o seu irmão nascerá novamente”.

O Rei do Holly move-se até a frente do Rei do Carvalho, olhando para ele, e coloca suas mãos sobre os ombros do Rei do Carvalho, pressionando para baixo. O Rei do Carvalho cai de joelhos. Nesse meio tempo a Donzela pega o cachecol, e ela e o Rei do Holly vendam [os olhos do] Rei do Carvalho. O resto do coven volta para o perímetro do Círculo e se senta, olhando para dentro.

A Suma Sacerdotisa pega seu athame e move-se para frente;(3) o Rei do Holly toma seu lugar (dela) perante o altar, do outro lado do caldeirão a partir do Sumo Sacerdote. A Suma Sacerdotisa, com o athame na mão, dança deosil ao redor do Rei do Carvalho ajoelhado enquanto o Sumo Sacerdote declama o seguinte poema, firmemente e claramente, enfatizando a batida e mantendo o ritmo: 

“Dance, Senhora, dance – sobre a tumba do Rei do Carvalho, Onde 
ele repousa por meio ano em teu útero tranquilo. 
“Dance, Senhora, dance – no nascimento do Rei do Holly, 
Que matou seu gêmeo pelo amor da Terra.
“Dance, Senhora, dance – ao poder do Deus Sol
E seu toque de ouro sobre o campo e a flor.
“Dance, Senhora, dance – com tua lâmina na mão,
Que chamará o Sol para abençoar tua terra.
“Dance, Senhora, dance – na Roda de Prata,
Onde o Rei do Carvalho repousa, [com] suas feridas para curar.
“Dance, Senhora, dance – para o reinado do Rei do Holly,
Até que seu irmão o Carvalho se erga novamente.
“Dance, Senhora, dance – no céu iluminado pelo luar
Para o Nome Tríplice pelo qual os homens te conhecem.
“Dance, Senhora, dance – na Terra que se transforma
Para o Nascimento que é Morte, e para a Morte que é Nascimento.
“Dance, Senhora, dance – para o Sol nas alturas,
Pois seu esplendor candente, também, deve morrer.
“Dance, Senhora, dance – para a longa maré do ano,
Pois através de toda mudança deves tu residir.”

(3) Isso está se ajustando simbolicamente [ao fato] que a Suma Sacerdotisa, simbolizando a Deusa, deve realizar a Dança do Meio do Verão; mas se ela achar que alguma outra de suas witches femininas é uma dançarina particularmente talentosa e poderia fazer isso com maior eficácia, ela poderá delegar a tarefa para esta.  

- e agora, acelerando o ritmo -

"Dance para o Sol em glória, 
Dance para a passagem do Rei do Carvalho, 
Dance para o triunfo do Rei do Holly – 
Dance, Senhora, dance -
Dance, Senhora, dance -
Dance, Senhora, dance . . . "

O coven se une ao cântico “Dance, Senhora, dance”, até uma rápida batida insistente, até que o Sumo Sacerdote sinalize à eles para parar e ele próprio também pare. A Suma Sacerdotisa termina sua dança ao colocar seu athame sobre o altar. Ela e a Donzela ajudam o Rei do Carvalho a se levantar, e elas o conduzem, ainda vendado, para que ele se ajoelhe perante a vela do Oeste.

O Sumo Sacerdote então diz :
“O espírito do Rei do Carvalho partiu [do meio] de nós, para repousar no Caer Arianrhod, o Castelo da Roda de Prata; até que, com a virada do ano, virá a estação quando ele voltará a reinar novamente. O espírito partiu; portanto deixai que o homem entre nós que acolheu aquele espírito seja liberado de sua tarefa”.

A Donzela remove a venda do Rei do Carvalho, e a Suma Sacerdotisa remove sua coroa de folhas de carvalho. Elas as colocam sobre cada um dos lados da vela do Oeste e então ajudam o homem a se levantar; ele se vira e novamente se torna um integrante do coven.

O Sumo Sacerdote diz :
“Que brilhem os fogos do Meio do Verão!”

A Donzela e o Rei do Holly pegam as duas velas do altar e as colocam sobre a linha Leste-Oeste, equidistante do centro e quatro ou cinco pés separadas. Nesse meio tempo a Suma Sacerdotiza se reune ao Sumo Sacerdote no altar. (Ao ar livre, a Donzela e o Rei do Carvalho acendem as duas fogueiras).

A Donzela então pega o athame do Sumo Sacerdote do altar e fica de pé ao lado da vela de meio do verão que está no lado oeste, olhando para o Leste. O Rei do Holly pega o cálice de vinho e fica de pé ao lado da vela de meio do verão que está no lado leste, olhando para o Oeste.

O Grande Rito simbólico é então encenado pela Suma Sacerdotisa e o Sumo Sacerdote – a Suma Sacerdotisa se posicionando entre as duas velas, e a Donzela e o Rei do Holly entregando o athame e o cálice no momento apropriado.

Após o Grande Rito e a passagem do cálice, o Sumo Sacerdote fica de pé perante o altar com a vara em sua mão direita e o chicote na sua esquerda, cruzados sobre seu peito na Postura de Osíris. A Suma Sacerdotiza olha de frente para ele, e invoca alegremente: (4)

(4) Escrito por Doreen Valiente, até “Águas da Vida”.

“Poderoso do Céu, Poder do Sol, nós te invocamos em teus antigos nomes - Michael, Balin, Arthur, Lugh; vinde novamente como no passado à esta tua terra. Elevai a tua brilhante lança de luz para nos proteger. Expulsai os poderes da escuridão. Daí-nos amáveis florestas e campos verdes, orquídeas florescentes e milho maduro. Trazei-nos para permanecer sobre tua colina de visão e mostrai-nos o caminho para os amáveis reinos dos Deuses”.

Ela então traça o Pentagrama de Invocação da Terra em frente ao Sumo Sacerdote com seu dedo indicador direito. O Sumo Sacerdote ergue ambas as suas mãos para o alto e então mergulha a vara na água dentro do caldeirão. Ele então o segura ao alto, dizendo:
“A Lança para o Caldeirão, a Lança para o Graal, o Espírito para a Carne, o Homem para a Mulher, o Sol para a Terra”.

O Sumo Sacerdote deposita a vara e o chicote sobre o altar e se une ao resto do coven. A Suma Sacerdotisa pega o ramo de heather (um tipo de planta) e fica de pé próximo ao caldeirão. Ela diz:
“Dançai vós perante o Caldeirão de Cerridwen, a Deusa, e sejais vós abençoados com o toque desta água consagrada; ao mesmo tempo que o Sol, o Senhor da Vida, se ergue em sua força no sinal das Águas da Vida!”

O coven, conduzido pelo Sumo Sacerdote, começa à se mover deosil ao redor do Círculo, fora das duas velas. Assim que cada pessoa passa por ela, a Suma Sacerdotiza o(a) asperge com água com o seu ramo de heather. Quando ela tiver aspergido a todos, ela se une ao círculo de pessoas em movimento.

A Suma Sacerdotisa então ordena que todos– a sós ou em dupla à cada vez – passem entre as velas de meio do verão e que façam um desejo enquanto passam. Quando todos tiverem passado, a Suma Sacerdotisa e o Sumo Sacerdote passam juntos entre as velas. Então eles se viram para trás e pegam as duas velas e as devolvem ao altar a fim de deixar espaço livre para a dança.

A Suma Sacerdotisa e o Sumo Sacerdote então conduzem o coven em uma dança espontânea e alegre, até que a Suma Sacerdotisa decida que está na hora da etapa festiva do Sabá.

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Fonte:
A Bíblia da Feitiçaria - Janet e Stewart Farrar




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Andressa Bragança