LITHA (SOLSTÍCIO DO VERÃO, 20-23 DE JUNHO)*
O altar e o círculo são decorados com rosas e outras flores de verão. Uma fogueira é acesa no centro do círculo. O sacerdote carrega uma figura do Deus feita de pedaços de pau entrelaçados. Um pão (cuidadosamente embrulhado em várias camadas de folha de alumínio) é escondido em seu centro. Uma grinalda de rosas e flores-do-campo é colocada sobre o altar. Membros do coven e convidados também usam flores.
Reúna o grupo, faça uma meditação da respiração e acenda o fogo. A sacerdotisa diz:
"Este é o tempo da rosa, florescência e espinho, fragrância e sangue. Agora, neste dia mais longo, a luz triunfa e, no entanto, começa a declinar para a escuridão. O Rei Sol amadurecido abraça a Rainha do Verão no amor que é morte, pois ele é tão completo que tudo se dissolve na única canção de êxtase que move os mundos. Portanto, o Senhor da Luz morre para si mesmo e navega através dos mares misteriosos do tempo, buscando a ilha da luz que é o renascimento. Giramos a roda e partilhamos seu destino, pois plantamos as sementes de nossas próprias transformações e, a fim de crescermos, devemos aceitar até mesmo a partida do sol."
Purifique, disponha o círculo e invoque a Deusa e o Deus.
Ela é luminosa
Ela é branca
Ela é resplandecente
Coroada de luz!
Ele é radiante
Ele é brilhante
Ele está subindo
Ele alça voo!
Quando o poder é elevado, o cântico, gradualmente, muda. (Os versos que se seguem são cantados repetidamente; diferentes membros cantam diferentes versos, simultaneamente:)
"Ela está no centro, ela que floresce!
Ser folhado ser vivo, ver folhado ser vivo...
Ela é coroada, ela que abraça!"
O sacerdote dança com a figura do Deus, no centro do círculo. Ainda cantando, membros do coven colocam flores sobre a figura, entrelaçando-as com os paus, até que, enquanto o poder cresce, a figura esteja coberta com flores. O círculo se espalha: o cântico transforma-se em um cone de poder sem palavras, à medida que sacerdote e sacerdotisa dançam mais próximos ao fogo. Quando o cone chega ao seu máximo, a sacerdotisa estende os braços e clama: – Para mim! Para mim!
O sacerdote lança a figura às chamas. Todos estão em silêncio meditando sobre as flores que murcham e queimam.Enquanto as flores morrem, membros podem cantar, suavemente, “Navegue”
(vide ritual para o solstício de inverno). Um membro do coven carrega a grinalda em volta do círculo, segurando-a próximo ao rosto da pessoa para que esta possa ver as chamas através dela. Ele diz:
– Veja com a visão límpida.
Ela suspende a grinalda, e prossegue:– E conheçam o mistério do círculo contínuo!
Sacerdote e sacerdotisa retiram o pão do fogo e o abrem. A sacerdotisa eleva-o.
Sacerdotisa: – Vejam, o deus penetrou o grão!
Todos: – Ele nos alimentará!
Sacerdotisa: – O sol está sobre a água!
Todos: – Ele saciará nossa sede!
Sacerdotisa: – O Deus está no milho!
Todos: – E este crescerá viçoso!
Sacerdotisa: – O Deus está sobre a árvore e a vinha!
Todos: – Ele amadurecerá no tempo certo!
Sacerdotisa: – O sol não está perdido!
Todos: – Ele nascerá novamente!
Sacerdotisa: – O sol está dentro de nós!
Todos: – Veja como brilhamos!
Todos cantam “veja como brilhamos”, enquanto pão e bebida são passados ao redor do círculo.
Partilhe alimentos e abra o círculo.
INVOCAÇÃO AO DEUS DO VERÃO
Senhor das cores do dia
Despertador indômito dos corações
Consolador das tristezas
Aquele que nomeia
Dançarino clarividente
Filho da manhã
Semente amadurecida da videira
Ser de muitas joias
Caçador besta selvagem
Guie-nos
Venha
Você é a bebida que sacia a nossa sede!
Nós somos as flores orvalhadas
Que se abrem para o seu feixe dourado de luz.
INVOCAÇÃO À RAINHA DO VERÃO
Rainha do Verão
Abelha Rainha
Doce perfumada
Florescente
Néctar do Mel
Fonte transbordante
Rosa desabrochada
Dançarina inebriante
Vento murmurante
Cantora
Ser encantado
Flor e espinho
Rhianon
Arianrhod
Afrodite
Ishtar
Cibele
Penetre-nos
Leve-nos daqui!
INVOCAÇÕES DO RITUAL DE SOLSTÍCIO DE VERÃO
(Com estas, inicie pelo norte)
Meus ossos, meu corpo, como a terra sejam
Montanhas os meus seios
Grama fresca e folhagem abundante
Meus cabelos ao vento,
Pó escuro e rico, leito de lama
Semente lançando branca raiz profunda,
Tapete de folhas moldura natural
Nossa cama seja!
Pela terra que é o seu corpo,
Poderes do norte enviem sua força.
Ar, meu fôlego, brisa da manhã,
Garanhão da estrela do amanhecer,
Redemoinho, carregando todos os que nas alturas planam,
Abelha e pássaro,
Doce aroma,
Lamento da tempestade,
Transporte-nos!
Pelo ar que é seu fôlego,
Poderes do leste enviem sua luz.
Acenda meu coração, queime brilhante!
Meu espírito é uma chama,
Meu olhar nada perde.
Uma flama salta de nervo em nervo
Fagulha do fogo solar!
Desperta o calor replicante, deleite insuportável!
As chamas cantam, consuma-nos!
Pelo fogo que é seu espírito,
Poderes do sul, envie sua chama.
Irrigue meu útero, meu sangue,
Lave-nos, refresque-nos,
Ondas desembarcam na praia em asas brancas,
A corredeira, o sibilar, o ribombar das pedras
Enquanto a maré recua,
Esse ritmo, meu pulso,
Inunde, fonte esguichante,
Para que possamos nos derramar,
Leve-nos daqui!
Pelas águas do seu útero vivo,
Poderes do oeste, enviem seu fluxo.
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Fonte:
A Dança Côsmica da Feiticeiras - Starhawk
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